Do Sítio
A localização da nova escola tinha por base duas condições essenciais. A primeira condição era que teria de ser o mais próximo da escola antiga por razões de mobilidade. A segunda condição era que os estúdios de dança tinham de ter uma relação franca com o espaço exterior, como estratégia de desanuviamento mental e físico para os bailarinas e bailarinos. Por coincidência, encontrava-se vago um lote a menos de 50 m de distância da escola antiga. Este lote, com uma área reduzida e inserido numa zona não consolidada da cidade, onde edifícios de habitação colectiva, espaço público de jardim e terrenos agrícolas, cobitam, caracterizando um contexto hibrido onde as árvores são as grandes protagonistas. A implantação do edifício procurou as áreas máximas permitidas, em que a geometria dos limites do lote se transformaram no molde do volume arquitectónico, a posição das aberturas procuram as árvores que disciplinam as tão desejadas vistas sobre o jardim.
Do Programa
A compatibilização entre as exigências dos espaços obrigatórios para pertencer à rede pública do ensino da dança, com as restrições impostas pela legislação urbanística no que diz respeito a áreas, foi o principal problema a resolver. A solução espacial tem por base a configuração geométrica dos limites do lote, um trapézio constituído por um rectângulo e dois triângulos rectângulos. Os espaços rectangulares formam os limites dos espaços principais da dança, os estúdios e os balneários. Os espaços triangulares formam os limites dos espaços de serviços e circulação. Esta compactação do programa permitiu criar espaços de dupla altura que comunicam visualmente entre si através de grandes janelas interiores que duplicam a sensação espacial. As aberturas colocadas nos vértices dos triângulos, permitem que nos espaços de circulação o exterior verde do jardim seja sempre o cenário principal.
Da Ideia
O desejo de que a aquitectura e a dança se fundissem numa arte comum. Em que o rigor e as regras que disciplinam os limites rígidos da matéria da forma e da forma do espaço, evocassem a beleza do corpo em movimento. Para completar o palco da dança resta-nos agradecer a presença assídua das árvores como espectadoras atentas do espectáculo.
Projecto 2018 - 2020
Construção 2020 - 2022
Cliente José Pedro Anacoreta Correia, Clara Anacoreta
Localização Porto, Portugal
Área 546 m²
Arquitectura Francisco Vieira de Campos
Equipa de Projecto Rodrigo Alves, Inês Mesquita, Andrea Fornasiero, Ricardo Medina, Mário Vilela
Estabilidade e Fundações António Adão da Fonseca - Adão da Fonseca, Engenheiros Consultores
Instalações Hidráulicas Alexandra Vicente - Vertente Rabisco, Lda
Instalações Eléctricas e Telecomunicações Raul Serafim - AFAconsult, Lda
Segurança Contra Incêndio Maria da Luz Santiago - AFAconsult, Lda
Condicionamento Acústico Rui Ribeiro - Amplitude Acoustics
Instalações Mecânicas, Gás e Térmica Raul Bessa - GET Lda
Fotografia Inês d'Orey